Platelmintos




  • MACETE MUSICAL 



Eu tenho um escólex da Tênia no intestino meu
Por causa desta carne crua que a gente comeu
Aquele cisticerco vai se fixar
E dentro do intestino proglotes formar

Não quero ter cisticercose na cabeça não
Por isso tome mais cuidado com essa água, irmão
Por que se aqueles ovos te contaminar
Neurocisticercose pode te pegar. Yeah, yeah!

Sou um verme platelminto, sou acelomado
Posso ser planária, tênia ou esquistossomo
Eu causei barriga d'água, deu uma coceirinha
O meu hospedeiro sofre noite e dia

Fui na lagoa dá uma volta e dar um cagão
Minha barriga ta inchada, é xistosa, irmão
Dos ovos miracídios vão se libertar
Depois os caramujos vão contaminar


No interior dos caramujos ele reproduz
De forma assexuada cercaria produz
Um dia na lagoa eu fui me banhar
Mas quando eu saí eu comecei coçar.



Platelmintos são animais do filo Platyhelminthes (do grego platy, achatado + helmins, verme), pertencente ao reino Animalia. São considerados vermes, tais como o são considerados os integrantes dos filos Nematelmintos e Anelídeos.
O corpo é constituído por três camadas. Primeiramente, há a epiderme uniestratificada. Abaixo, há duas camadas musculares, sendo a primeira composta por músculos circulares e a segunda por músculos longitudinais. A esse conjunto dá-se o nome de tubo músculo-dermático. Tal tubo atua na proteção, locomoção e como esqueleto.
Nos platelmintos de vida livre, a epiderme apresenta cílios, relacionados com a locomoção. Já nos parasitas, há a cutícula envolvendo o tubo músculo-dermático, conferindo-lhe resistência à ação dos sucos digestivos.
Esses vermes são triblásticos acelomados. Como conseqüência disso, não formam completamente alguns sistemas (respiratório, digestório). Outra conseqüência é a sua forma achatada. Suas células têm que ficar próximas ao meio externo (para respirar) e próximas ao intestino (para obter nutrientes).

Sistema digestivo

Possui apenas uma abertura em todo o sistema, portanto é incompleto. Constitui-se por bocafaringe e intestino ramificado que termina emfundo cego. Os cestóides(animais endoparasitas, exemplo: a tênia) não possuem sistema digestivo. A digestão é extra e intracelular.


Sistema nervoso


São os primeiros animais com um sistema nervoso central que é formado por um anel nervoso, ligados a cordões longitudinais ou por um par de gânglios cerebróides dos quais partem filetes nervosos laterais que percorrem todo o corpo, emitindo ramificações. Isso permite uma melhor coordenação do sistema muscular, bem desenvolvido, o que disciplina os movimentos do animal e lhe dá mais orientação.


Sistema excretor


excreção é feita através dos protonefrídeos que possuem células terminais multiciliadas denominadas de células-flama (ou solenócitos).[1] Estruturas típicas dos platelmintes, ascélulas-flama eliminam os excretas para dentro de ductos anastomosados, e por vezes ciliados, que eventualmente abrem-se para o exterior por um ou mais poros.
São amoniotélicos, isto é, excretam amônia e não uréia como os mamíferos.


Sistema reprodutor

Geralmente são hermafroditas (podendo ou não fazer a autofecundação) sendo que alguns se reproduzem por partenogênese. Nos tuberlários e trematódeos monogenéticos, o desenvolvimento é direto. Já nos digenéticos e cestóides é indireto. Os platelmintes de menor porte podem se dividir por fissão(também chamada de bipartição). As planárias sofrem fissão longitudinal, e cada metade se regenera e forma uma nova planária. Trata-se de uma forma de reprodução assexuada. Os platelmintes também podem realizar reprodução sexuada. Novamente como exemplo as planárias, elas se unem e trocam semens masculinos podendo assim fecundar.

Subdivisões

O filo Platyhelminthes divide-se nas seguintes classes:
  • Turbellaria (Turbelários) - Platelmintes de vida livre, com epitélio ciliadoocelos e aurículas, que são estruturas quimiorreceptoras, que ajudam esses animais a localizar alimentos e a detectar os predadores. Exemplo: Planária (Digesia tigrina)
  • Trematoda (Trematódios) - Vermes parasitas com epiderme não-ciliada e uma ou mais ventosas. Exemplo: Schistosoma
  • Cestoda (Cestódios) - Formas parasitas com corpo dividido em anéis ou proglotes. Exemplo: Taenia solium.

Turbellaria

CLASSE TURBELLARIA

Turbellaria
Turbellaria
Turbellaria
Turbellaria

Turbellaria de água doce

Turbellaria marinho
Turbellaria marinho
Turbellaria terrestre
Turbellaria terrestre

Os Platyhelminthes de vida livre, membros da classe Turbellaria, são provavelmente os mais primitivos dentre todos os animais bilaterais. Seu pequeno tamanho, baixo nível de cefalização, e a ausência de um ânus são provavelmente características primitivas. Além do mais, existem algumas espécies com células epitélio-musculares e um sistema nervoso na forma de uma rede nervosa.
A grande maioria dos turbelários é marinha, mas existem espécies de água doce e algumas formas terrestres em ambientes úmidos. Os turbelários são animais bentônicos, vivendo sobre ou embaixo de pedras, algas e outros objetos.
A maioria dos turbelàrios move-se inteiramente através de cilios; as espécies grandes (policladidos) são marcantemente achatados e movem-se através dos cilios mais ondulação muscular sobre a grande superfície ventral. Sistemas de glândulas duplas possibilitam a fixação temporária em muitas espécies.
Os turbelários são predadores e saprófagos. A digestão é inicialmente extracelular e posteriormente intracelular. As espécies pequenas possuem um intestino simples com formato de saco com uma faringe simples ou bulbosa. As espécies grandes têm um intestino ramificado e uma faringe plicada, usualmente tubular.
Planária
O pequeno tamanho, o formato achatado e o intestino ramificado (nas formas maiores) formam sistemas especiais para o transporte interno, troca de gases e excreção. Os protonefrídios estão presentes em muitos platielmintes e estão provavelmente envolvidos no balanço do fluido interno e na regulação osmótica.
Um arranjo radial de quatro pares de cordões nervosos longitudinais é provavelmente primitivo, e os arranjos com números menores provavelmente evoluíram através de perda. Ocelos em cálices pigmentares, que podem ser numerosos, são os principais órgãos sensoriais.
Os turbelários são hermafroditas simultâneos com sistemas reprodutores adaptados à fertilização interna e à deposição de ovos. As planárias são hermafroditas e de fecundação cruzada, mas podem fazer reprodução assexuada por fragmentação do corpo e regeneração das partes que faltam em cada segmento.

Trematoda


Schistossoma sp
Schistossoma sp
Fasciola sp.
Fasciola sp.

Generalidades

Os Trematoda, os Monogenoidea e os Cestoda formam um grupo natural Neodermata.
Os Neodermata são parasitos com revestimento corporal por um tecido sincicial (não ciliado), cujos núcleos estão localizados abaixo da lâmina basal e das camadas musculares (circulares, longitudinais e diagonais) superficiais. O sincício representa extensões de células que estão localizadas no parênquima.
Este revestimento corporal modificado NEODERME, pode estar relacionado com o hábito de vida, conferindo proteção, permitindo trocas de solutos pela superfície corporal.
Estrutura do Trematódeo
Estrutura do Trematódeo
( clique para ampliar )
Estrutura de Clonorchis Sinensis
Estrutura de Clonorchis Sinensis, tremátode do Fígado Humano.
( clique para ampliar )

Fasciola Hepatica 
( clique para ampliar )Trematódeo do Fígado de Carneiro. 
A. Sistema Excretor
.
B. Sistema Digestivo: ambos em tamanho natural, mostrado apenas na extremidade anterior.
C. Aparelho Reprodutor: em vista ventral e ampliado.
Modificada de Sommer e Landois, 1880.
Os Trematoda apresentam uma ventosa ao redor da boca e uma outra na superfície ventral (acetábulo).
Trato digestivo incompleto com boca anterior e o intestino geralmente com um ramo anterior menor e dois ramos posteriores maiores (forma de Y invertido) sem orifício retal.
Atualmente são reconhecidas duas subclasses Digenea e Aspidobothria.
Nos Digenea acetábulo é fortemente muscular e nos Aspidobothrias é grande e freqüentemente subdividido por septos.
Subclasse Aspidobothria
Subclasse Aspidobothria, gênero Cotylaspis, aspeco ventral. (De Hyman, 1951)
Praticamente todos os Trematoda apresentam alguma fase de seu ciclo de vida parasitando moluscos.
Os Digenea possuem ciclo de vida complexo, geralmente utilizando mais de um hospedeiro.
Os adultos parasitam vertebrados, onde ocorre a reprodução sexuada.
Podem ser encontrados em diversos locais (trato digestivo, bexiga urinária ou natatória, sistema circulatório, fígado e pâncreas, dentre outros).
O ciclo vital envolve um primeiro hospedeiro intermediário (molusco gastrópoda) que é invadido por uma larva livre-natante (miracídio).
Miracídio se aloja na glândula digestiva.
Através de reprodução assexuada o miracídio se transforma em esporocisto.
Esporocisto são sacos preenchidos por estágios iniciais de larvas rédia.
A rédia é móvel, possui boca e trato digestivo rudimentar.
A rédia produz no interior de seu corpo inúmeras larvas cercárias.
As cercárias abandonam a rédia após estímulo externo (luz e calor) e nadam em busca de um hospedeiro intermediário, utilizando uma cauda.
Cercarias
Cercarias
Cercarias
Cercarias
Freqüentemente este hospedeiro é um peixe, mas podem utilizar plantas ou
insetos.
Este processo de reprodução assexuada é conhecido como poliembrionia sequënciada. Neste processo de um miracídio poderão ser produzidos um grande número de adultos.
Ao encontrar o hospedeiro a cercária perde a cauda, penetra no tecido do hospedeiro e encista-se, neste estágio a cercária é conhecida como metacercária.
A metacercária é transmitida com a ingestão do hospedeiro intermediário.
Os cistos são digeridos e as larvas liberadas no interior do trato digestivo.
As larvas da Fasciola hepatica podem perfurar a parede intestinal e cair na cavidade do corpo para atingir o fígado.
Perfuram o fígado e danificam o tecido hepático antes de penetrar nos ductos biliares, onde amadurecem e vivem muitos anos.
Trematoda Digenea maduro tem sexos unidos (monóicos) e ambos os aparelhos reprodutores são totalmente desenvolvidos.
aparelho reprodutor masculino tem dois testículos muito ramificados, situados no meio do corpo.
Cada testículo está ligado por um ducto eferente à única vesícula seminal ligada à glândula prostática
A vesícula liga-se ao órgão genital masculino dentro da abertura genital masculina.
O aparelho reprodutor feminino tem um ovário ramificado, no lado direito do corpo
Ovário está ligado por um oviduto ao oótipo mediano, circundado pela glândula de Mehlis (da casca)
Além do oviduto há um receptáculo seminal
Em cada lado do corpo há muitas glândulas vitelinas ligadas a dois viteloductos que se ligam ao oótipo
Do oótipo parte um útero irregular e enrolado que se abre na abertura genital feminina.
Cada ovo fecundado, junto com várias células vitelinas, é circundado pela casca no oótipo. A produção de ovos é contínua, o útero é repleto de ovos começando a se segmentar.
Os ovos saem pela abertura genital, passam através dos ductos biliares e intestino do hospedeiro definitivo e são eliminados com as fezes
Em locais quentes e úmidos desenvolvem-se em 9 dias. Cada ovo eclode uma larva muito pequena e ciliada, com um rostro pontiagudo, duas manchas ocelares, um gânglio nervoso e dois nefrídios. Esta larva é o miracídio.
Ciclo vital do trematódeo
( clique para ampliar )
Ciclo vital do trematódeo do fígado de carneiro, Fasciola Hepatica, estágios larvais, cerca de 90x. 
Caramujo mais ou menos em tamanho natural.
(Detalhes de Thomas, 1883)
Ciclo do Schistosoma Mansoni
Ciclo do Schistosoma Mansoni
( clique para ampliar )
Fasciola Hepática Chinesa
Fasciola Hepática Chinesa
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Opisthorchis Senensis
Opisthorchis Senensis
( clique para ampliar )

CLASSE MOGENOIDEA

Generalidades

São Platyhelminthes Neodermata exclusivamente parasitos de animais de ambientes aquáticos, grande maioria é ectoparasito de peixes.
Encontrados sobre os filamentos branquiais, superfície corporal, boca, cloaca e narinas.
Algumas espécies são parasitos de órgãos internos de peixes e outras são parasitos da bexiga natatória de anfíbio ou superfície do corpo de cefalópodes (lulas e polvos).
Ciclo de vital é monoxênicos (realizado entre hospedeiros definitivos, sem intervenção de outros hospedeiros).
Apresentam uma forma larval denominada oncomiracídio.
Alta diversidade morfológica, maioria possui um estrutura de fixação denominada haptor provida de escleritos em forma de ganchos, âncoras, grampos ou ventosas.
O tipo de haptor é um caráter que permite separar duas subclasses Polyonchoinea e Heteronchoinea.
Possuem o ovário modificado em germário e vitelário e superfície corporal revestida por um sincício.
Polystomoidella-oblongum
Polystomoidella-oblongum, um trematódeo monogêneo parsita de bexiga urinária de tartaturas. (Segundo Cable).
( clique para ampliar )

CLASSE CESTODA

Generalidades

Cestoda (grego, cestus = cinta + oid = semelhante), são geralmente delgados, alongados e achatados
Diferem dos demais Platyhelminthes devido ausência de trato digestivo
Sem cílios na fase adulta, porém na fase larval (coracídio) tem cílios
São endoporasitos, os vermes adultos parasitam o intestino de vertebrados e as larvas em tecidos de algum hospedeiro intermediário
Tem o corpo revestido por um tecido sincicial (NEODERME)
Juntamente com os Trematoda e os Monogenoidea formam os NEODERMATA
Apresentam camadas musculares complexas, parênquima, ductos excretores pares com células-flama
Tem uma anel nervoso com três pares de cordões nervosos
Cestoda é grupo-irmão de Monogenoidea devido presença de haptor
O haptor está ausente ou reduzido nos adultos, porém na fase larval é esta estrutura é conspícua nos Cestoda.
Estão agrupados nas subclasses Cestodaria e Eucestoda.
Existem dois grupos morfológicos os monozóicos e os polizóicos.
Os monozóicos são considerados os cestóides mais basais, compreendem a subclasse Cestodaria e alguns membros da subclasseEucestoda, portanto representando grupos parafiléticos.
Os polizóicos formam um grupo monofilético, todos representantes têm corpo estrobilizado, composto por inúmeras proglótides dispostas longitudinalmente no corpo do verme adulto.

Subclasse Eucestoda

Taenia solium, T. saginata, Hymenolepis diminuta.

Morfologia Externa

Corpo formado por uma cabeça (escólice) com estruturas de fixação, pescoço e estrobilo contém muitas proglótides.
A cabeça dos polizóicos possui um escólice responsável pela fixação do verme na mucosa intestinal do hospedeiro.
O escólice tem morfologia variável com várias estruturas de fixação, tais como ganchos, espinhos e ventosas.
Novas proglótides são constantemente formadas por brotamento transversal no pescoço, permanecem unidas e são empurradas para trás pelo crescimento de outras mais jovens.
As proglótides à medida que se movem para trás, aumentam de tamanho, amadurece sexualmente e finalmente destacam-se.

Morfologia Interna

O escólice possui um anel nervoso, com nervos para as ventosas e ganchos, ligado a três pares de nervos longitudinais que se estendem para trás nas proglótides.
Possuem também uma estrutura excretora ligada a um par de canais excretores que percorrem as proglótides.
Cada proglótide contém músculos, parênquima, porções dos canais excretores ligadas por um cretal transversal, muitas células-flama e os nervos.
Um conjunto completo de órgãos genitais masculino e feminino desenvolve-se em cada proglótide, quando já está a certa distância do pescoço.
Cestoda
Cestoda
Taenia Solium
Taenia Solium( clique para ampliar )
Taenia Solium
Taenia Solium ( Porco )
Taenia Saginata ( Vaca )
Taenia Saginata ( Vaca )


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